PÁGINAS 'MOSAICO NORDESTE' DO JORNAL 'O COMETA', EDIÇÃO DE DEZEMBRO DE 2002
Nesta quinta-feira 22 de novembro completam-se 10 anos que Lula visitou pela primeira vez sua cidade natal após ter sido eleito presidente em 2002. Garanhuns, no agreste meridional pernambucano e Caetés (berço do ex-presidente e distrito de Garanhuns quando Lula nasceu). O dia era uma sexta-feira.
Eu morei por alguns anos no nordeste, e nesse dia, não por acaso mas sem premeditação, estava em Garanhuns, a trabalho. De uma rua transversal à extensa avenida Rui Barbosa, que vai até o centro, percebi uma correria, um alvoroço, e me dirigi até à esquina da rua com a avenida. Ao chegar na esquina, passou diante de meus olhos o carro que conduzia o presidente, que dirigiu-se para o centro, para a praça da prefeitura onde foi saudado pela população.
Dirigi-me até lá, comprei uma máquina fotográfica e um gravador e registrei o evento. Ao término Lula foi para Caetés, 25 quilômetros distante de Garanhuns. Também segui para lá, onde o presidente desfilou em uma camionete vermelha até um enorme trio elétrico que o esperava ao lado de um pequeno posto de Saúde, por ele inaugurado após falar à população local e que levou o nome de sua mãe, dona Lindú. Estavam lá dentro cerca de 30 pessoas, entre políticos, parentes de Lula e a mídia.
Tudo registrado, com fotos e entrevista, enviei uma matéria para o jornal O Cometa, publicada na edição de dezembro de 2002, nas páginas Mosaico Nordeste. (CLIQUE AQUI para ler matéria completa sobre a visita às "duas cidades natais")
Após a inauguração e a entrevista concedida por Lula à mídia, estive com ele e fui brindado com um autógrafo. Minha filha, então com seis anos e que morava em Belo Horizonte com sua mãe, havia-me contado, inundada de alegria, que na eleição foi votar com a mãe e que foi ela quem digitou o 13 do PT na urna eletrônica. O autógrafo foi para ela.
O carro chefe da campanha de Lula foi erradicar a fome no país, para que além de outras a geração dela, de minha filha, não passasse pela privação alimentar. E foi o que o presidente garantiu lá, que tanto a geração dela como as outras não viveriam mais essa privação.
Muita coisa mudou no Brasil nesses 10 anos. Entre elas a segurança alimentar garantida pelo presidente naquela época se efetivou, sob o comando irrepreensível do humanista e ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o petista Patrus Ananias.
Entre mais, o povo conquistou a lei da Ficha Limpa, o Supremo Tribunal Federal (STF) promoveu o julgamento e sentenciamento de políticos, empresários e executivos poderosos no país, acusados no rol do chamado Mensalão Petista. A nação espera que o STF tenha a mesma disposição e o mesmo rigor quando apreciar o chamado o Mensalão Mineiro, ou mais apropriadamente como já se publicou Mensalão Tucano.
E há muitos outros casos ocorridos Brasil afora aguardando as mesmas consequências. Para não fugir à minha memória de itabirano, inclusive casos maracutaicos pesados comprovadamente cometidos por administradores públicos da cidade do poeta Drummond. Em Itabira o sentimento que se tem e que é comentado popularmente é que se arvoram impunes e mais poderosos que qualquer outro político, mesmo de grande peso nacional. E que na cidade há empresários beneficiados com o mesmo sentimento.
Por falar em 10 anos depois, a banda inglesa Ten Years After adoraria ter mudado o mundo. (OUÇA AQUI) E é possível. Por isso, e para levar a mudanças mais acentuadas e produzir cada vez mais cidadania, nada como voltar a escutar e praticar a sempre necessária música 'Bom conselho', de Chico Buarque. Aliás, nome de uma cidade vizinha à do ex-presidente petista, distante cerca de 50 quilômetros. É ir pra rua e beber a tempestade. (OUÇA UM 'BOM CONSELHO')