O diretório mineiro do PCdoB - Partido Comunista do Brasil -
promoveu na noite desta segunda-feira, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, um ato comemorativo dos 91 anos de criação do partido. No evento estava presente a
pernambucana Maria Prestes, na lucidez de seus 83 anos, ex-companheira do lendário dirigente comunista Luiz Carlos Prestes, e
autografou para os presentes a terceira edição de seu livro “Meu companheiro –
40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes”, no lançamento mineiro da obra.
Em seu discurso lembrou o internacionalismo socialista – de outros
tempos, é claro –, quando se preconizava de outra forma a solidariedade entre os
povos. Após o evento, e muitos dedos de prosa, entrevistada por este
blogueiro falou rapidamente ‘daqueles’ tempos e de hoje.
Além da dedicatória no livro, deixou-nos ainda de presente um catálogo da exposição promovida sobre a Coluna Prestes, na reinauguração, em julho de 2011, do Memorial Coluna Prestes, na cidade de Palmas, capital de Tocantins. O projeto leva a assinatura de Oscar Niemeyer e foi realizado pelo governador José Wilson Siqueira Campos, em 2001. Para quem não se lembra a coluna percorreu 25 mil quilômetros, sem sofrer nenhuma derrota.
Pergunta - Dona
Maria Prestes, a senhora levantou em seu discurso uma questão fundamental do
socialismo, que diz respeito ao internacionalismo, à solidariedade entre os
povos. Como a senhora vê isso no mundo de hoje? Parece que isso fez parte de uma
outra época...
Maria Prestes –
Hoje o movimento mundial tá muito dividido. Com a queda do muro de Berlim os
partidos sofreram muitas divisões. Então, várias palavras que se usava naquela
época, sobre a unidade dos partidos, a união internacional, a unidade entre os
povos, a solidariedade são palavras que saíram de moda. Mas nós que continuamos
a lutar por justiça social, pela democracia e pela libertação dos povos que
estão ainda escravizados devemos falar, circular e colocar essas palavras de
ordem , porque isso é muito importante. Infelizmente os meios de comunicação
envenenam a cabeça das pessoas com outros slogans. Mas nós que estamos
conscientes da nossa participação partidária não podemos esquecer o significado
dessas palavras.
PS- Leia AQUI sobre os povos ciganos no Brasil, em publicação no portal Vermelho.