O ex-controlador-geral do governo mineiro, Mário
Spinelli,
ao lado do governador Fernando Pimentel (Foto: portal CGE)
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O governo Fernando Pimentel (PT-MG) passou atestado de bons
antecedentes ao período de 12 anos dos governos do PSDB em Minas, no que diz
respeito a desvio de dinheiro público. Auditoria anunciada e divulgada não
indicou nada neste sentido.
Segundo
diagnóstico apresentado em abril de 2015, contestado pelos tucanos, a
administração petista herdou um
déficit de R$ 7,2 bilhões, obras paralisadas, mas não fez referência a nenhum
desvio de valores. Na apresentação, o
governador disse que o objetivo “não é procurar culpados nem jogar pedra no
passado”.
O secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães,
afiançou: “Estamos detectando problemas e abrindo auditorias onde for
necessário. Elas precisam ser finalizadas. Não há contenção para não
investigar, independentemente de onde estivar o problema”. Porém, levantamento
publicado no site da Controladoria Geral do Estado (CGE) nada apresentou sobre
a existência de desvios.
Em matéria do dia 21 de dezembro passado no site da
Controladoria-Geral publicou-se balanço de suas ações em 2015, onde se informou
sobre fiscalização de contratos de empresas fornecedoras com o estado: “133
delas foram incluídas no Cadastro de Fornecedores Impedidos, ou seja, não podem
ser contratadas pelo governo. Três empresas respondem a processos
administrativos de responsabilização, segundo a lei anticorrupção. Auditoria
realizada pela CGE identificou R$ 115 milhões em possíveis danos aos cofres
públicos”.
Tudo precisa ser mais bem explicado. Em consulta feita ao
Cadastro de Fornecedores Impedidos, de responsabilidade da mesma CGE, conta-se
o registro de lançamento de 86 empresas em 2015, 47 a menos que o número
informado, a quase totalidade delas por “descumprimento de obrigação
contratual”, que pode ser até atraso na entrega de produto. Não especifica qual
seria o descumprimento. Centenas de outros lançamentos de nomes de empresas
constam no Cadastro, feitos praticamente pelo governo Anastasia (PSDB). O relatório foi obtido através de link nos
portais da CGE e da SEPLAG (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão).
E a auditoria, conforme a publicação da CGE, “identificou R$
115 milhões de possíveis danos aos cofres públicos”. “Possíveis danos” não são
danos demonstrados e provados. Em 12
anos de governos do PSDB o orçamento total do estado foi de R$ 460 bilhões, em
valores nominais, conforme as leis orçamentárias aprovadas, e não corrigidos
monetariamente por índices oficiais.
Assim, os R$ 115 milhões citados pela CGE de “possíveis
danos” - em números atualizados, presume-se - representam apenas 0,28% do total
dos orçamentos nominais dos 12 anos, o que é até irrisório em relação aos
valores desviados no Brasil conforme se acompanha pelo noticiário e pode-se
constatar nos tribunais.
Se os R$
460 bilhões forem atualizados por índices oficiais, os 0,28% tornam-se ainda
muito menores. Assim, o governo do PT em Minas passou atestado de bons
antecedentes para os governos do PSDB.
Site nacional do partido publicou que o ex-controlador geral do estado,
Mário Spinelli, “é conhecido por seu ostensivo combate à corrupção no governo
mineiro.” Desde janeiro de 2016 Spinelli é o ouvidor geral da Petrobras.
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