terça-feira, 27 de abril de 2010

A POLÍTICA DO ESPETÁCULO

PUBLICAMOS ABAIXO TEXTO DO ADVOGADO BERNARDO MUCIDA
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Se alguém utilizasse apenas a milionária propaganda da Prefeitura e Câmara de nossa cidade para saber da vida itabirana teria certeza: a cidade vai muito bem. Obras sendo vistoriadas e projetos apresentados. É a política do espetáculo. Porém, se alguém observa a realidade sem olhar a propaganda, sua certeza é outra: precisa-se modificar a realidade.

Na política do espetáculo, nossa Câmara Municipal torna-se exemplo regional ao reaproveitar a água da chuva. Na vida real, a ação tem impacto quase insignificante em termos ambientais. Mesmo assim, o Poder Legislativo emprega nosso dinheiro propagando o feito como grande conquista. Nada é dito, porém, sobre a mudança ambiental mais significativa por aquela parte da cidade: o desmate da Mata do Intelecto. Isso não faz parte do espetáculo.

Na política do espetáculo, a Câmara Municipal esforça-se para passar a imagem de gestão eficiente. Mas na vida real, sua Presidência compartilha com o modelo de gestão adotado na atual administração.

Na vida real, o contribuinte suporta o aumento do IPTU e da tarifa de água. Os servidores reivindicam melhores salários e ameaçam entrar em greve. Falta transparência à administração pública municipal. Mas poucos vereadores ousam contrariar a orientação do Executivo. Dependentes de cargos e indicações que seus partidos mantêm no Poder Executivo, grande parte dos nossos representantes raramente oferecem resistência à decisão do Prefeito. Na política do espetáculo, um Legislativo independente. Na vida real, subserviente.

Na política do espetáculo, teremos educação referência nacional. Mas na vida real, professores insatisfeitos ameaçam a greve. Na política do espetáculo, a saúde será referência nacional. Mas na vida real, dados do Ministério da Saúde apontam Itabira como uma das piores coberturas na campanha de vacinação contra a Influenza H1N1 entre todas as cidades do Estado. Na política do espetáculo, nossa segurança seria referência nacional. Na vida real, assaltos e mortes marcam o noticiário local quase cotidianamente.

Enquanto o Legislativo Municipal gasta nosso dinheiro inserindo propaganda durante a transmissão nos jogos dos times da capital, o clube que representa nossa cidade é rebaixado. O Valério, orgulho de Itabira, disputará a terceira divisão. Não é só nosso time rebaixado, é nosso esporte.

Mas na Câmara Municipal parece reinar preocupação com a propaganda. Não importa o que é feito, o importante é o que vai ser divulgado. Na política do espetáculo, uma Câmara atuante. Na vida real, a pauta vazia marca o encontro dos edis. Só há um problema: podemos até assistir o espetáculo, mas vivemos no mundo real!


* Bernardo Mucida é cientista político, professor universitário e empresário no ramo de educação.

5 comentários:

Anônimo disse...

Zé Carlos da Funcesi e José Lopes da Acita são meras sombras representativas desse grupão que está acabando com Itabira. Eles rezam pela cartilha do Robaldo FraudalhÃes e do Jão Aziel (dá azia).
God save Itabira desses asnos - Silverio Lambança, Pião Batata, Peron Sotombo, Ferdando o Silva, Exageraldo do Escrotaço, Wagner Porqueira, Brando Goma, Júlio Pança, Zé Sarna da revista DeFlato e outras sarnas mais.

Anônimo disse...

- Bernardo Mucida, cientista político, professor universitário e empresário no ramo de educação. Deveria no mínimo ter sido o candidato a vereador mais votado em Itabira no último pleito. Capacidade é o que não falta. Há algum tempo não leio uma matéria tão bem escrita: "A política do espetáculo".
- Seria tão bom se o itabirano ao avaliar os pré-candidatos a Deputado Federal, pudesse perceber a diferença entre eles:

1) Dono de Construtora e comparsa do grupão...
2) Menino imaturo e inconsequênte, também, subserviente do grupão...
3) Bernardo Mucida!

A diferença é gritante... Será que o povo vai ouvir?

Anônimo disse...

Zanon, sei que não é assunto do tópico, mas pelo que estamos vendo na imprensa o saldo final da greve dos servidores foi péssimo para o servidor.
Não conseguiu aumento nenhum e quem participou da greve terá os dias cortados. O Presidente do Sindicato não terá pois já é cedido para lá. Agora, nós que apoiamos, vamos perder os dias e ele ainda vem falar que houveram "avanços"???!!!
João Mário de Brito fez o que quiz com o Zé da Penha e ele ainda bateu palmas para o cara.
Fora Zé da Penha. Aqui na Saúde você pode desistir.

Anônimo disse...

Viva o servidor público municipal de Itabira. Fizeram uma greve heróica. Apesar de não terem sua principal reivindicação atendida - o prefeito fincou pé nos 5% - tornaram o governo do grupão ainda mais conhecido e repudiado pelos itabiranos. Servidor público valorizado é serviço público de qualidade. O número de contratados, nomeados e terceirizados é maior que o número de funcionários efetivos. São colocados lá na prefeitura por apadrinhamento e não por mérito.

Nem com o movimento grevista o prefeito do grupão abriu os dados sobre o número de funcionários da PMI com a folha de pagamento. Os servidores podem não ter conseguido suas reivindicações, mas prestaram um fantástico serviço de boa informação à população. São heróis, desafiaram e desnudaram mais o grupão da maracutaia. Ainda serão recompensados por isso, não duvidem. O apoio da população já é a primeira forma de agradecimento. Se o prefeito Jonjones retaliar contra eles a população será informada e sua rejeição, que já é altíssima ficará ainda maior. Não vai dar conta de continuar. Zé da Penha é um autêntico sindicalista e grande cidadão.

Anônimo disse...

Tendo a oportunidade de presenciar o movimento dos servidores públicos de Itabira, só me resta bater palmas para os grandes guerreiros que não tiveram medo e nem vergonha para defender e lutar por seus direitos. È uma vergonha como o governo que simplesmente faz de conta que esta tudo bem, que não foram atingidos, como leitora e uma pessoa bem informada, deixo bem claro para os leitores que este governo e seus lacaios, só fazem para os seus próprio benefícios.