Anúncio publicitário publicado pela Vale na mídia nacional, está estranho. Diz lá que a mineradora atua em nove das 10 cidades que apresentaram os melhores índices de Responsabilidade social medidos pela Fundação João Pinheiro (FJP). Porém, não cita as cidades.
A Vale atua em Itabira. Mais que isso, nasceu lá. E índices setoriais apresentados pela FJP em relação ao município, não deixam dúvidas: são péssimos.Principalmente tendo-se em vista que o Orçamento de Itabira está entre os 10 maiores de Minas e os 70 maiores do país, o que poderia gerar uma excelente qualidade de vida. Cerca de R$ 1,5 bilhão para o atual mandato do prefeito João Izael, e para uma população de apenas 110 mil habitantes. Vejamos a péssima colocação do município entre os 853 mineiros:
EDUCAÇÃO .................................. 290º
SAÚDE............................................ 62º
SEGURANÇA PÚBLICA................ 613º
ASSISTÊNCIA SOCIAL................... 65º
CULTURA....................................... 72º
ESPORTE E LAZER........................150º
Não se pode orgulhar desses números. Ou pode-se? A imprensa chapa branca itabirana não os discute. Ao contrário, dá eco a uma "ótima colocação" de Itabira, desinformando a população. Na cidade todos que estão informados dos índices da FJP estão estranhando o anúncio da Vale. Inclusive já há quem tripudie, indagando se o alcaide João Izael e o chamado "grupão da maracutaia" compraram a empresa.
Pergunta-se: a posição demonstrada pelos índices acima, em questões fundamentais, permite colocar a cidade entre as melhores de Minas? Com o Orçamento fabuloso que ela possui? Só um perfeito alienado ou quem queira enganar a população faria isso.
A Vale tem que esclarecer se seu anúncio publicitário inclui Itabira, sob pena se poder pensar que estaria enganando a fé popular. Os números da Fundação João Pinheiro estão aí, explícitos. Por quê a mineradora não explicitaria também as cidades a que se referiu? Existiria algum impedimento para isso? Será que ela inclui Itabira entre os municípios implícitos em sua propaganda? Com a palavra, a Vale.
PS - No sindicato Metabase de Itabira, que representa os trabalhadores da Vale, manifestaram a este blogueiro estranhamento em relação à distribuição da edição de setembro do jornal mensal "Notícias", da mineradora. Informaram que sempre chegaram lá poucos exemplares, etiquetados apenas para os diretores. A edição referida, está fartamente distribuída nas dependências da entidade. Ficou uma 'incógnita'.
6 comentários:
Responsablidade social... Penso que é uma piada ter que ler esses jornais, com propagandas da VALE, pois, a impresão que se tem é de induzimento na forma subliminar. Ou seja, induzimento a erro tal comum nas imprensas que prestam um mal serviço. Estão a seviço do dinheiro e não da ética. A exemplo de Itabira, a impresa come no prato da prefeitura e presta um mal serviço para a comunidade local. Ou seja, abafa-se muitas verdades e faz sofismas de outras.
Parabéns pela matéria, pois são poucos os que se permitem contribuir com a população local.
Pelos números divulgados pela FJP, Itabira é um verdadeiro fiasco quando o assunto é investimento em áreas essenciais. Será que a Vale SA também faz o jogo do grupão da maracutaia, ao não divulgar as cidades onde atua que apresentam os melhores índices de Responsabilidade Social? Já não se faz Cia Vale do Rio Doce como antigamente.
O que é bom, a gente fatura...
A campanha publicitária da Vale insinua falta de transparência ao não relacionar as 9 das 10 cidades onde ela atua e que apresentaram os melhores índices de responsabilidade social medidas pela Fundação João Pinheiro (FJP). A prefeitura de Itabira, pelos próprios números da fundação, vem usando sistematicamente ao longo dos últimos 11 anos algumas centenas de milhões de reais do orçamento do município de forma desigual, irracional e questionável para outros fins e meios, que não em investimentos em educação, saúde, segurança pública, assistência social, cultura, esporte e lazer, entre outras prioridades. O município que detém o 10º orçamento do estado é um paraíso para um grupo de privilegiados que se beneficia das riquezas da cidade do bem viver, em detrimento da grande maioria da população.
Voltando a um passado não muito distante, mais precisamente em 1 de setembro de 1994, antenas parabólicas captaram uma conversa informal entre o ministro da Fazenda de FHC, Rubens Ricúpero e o repórter da Globo Carlos Monforte, ocasião em que o papa da economia da era tucana disparou ao avaliar o desempenho do governo: “...no fundo é isso mesmo... eu não tenho escrúpulos... o que é bom, a gente fatura, o que é ruim, esconde....”.
O que tem a ver a peça publicitária da Vale, a prefeitura de Itabira e o ex-ministro Rubens Ricúpero? Nada e tudo ao mesmo tempo, como diziam certas lideranças políticas mineiras, que pensavam 10 vezes antes de não dizer absolutamente nada. No imaginário dos curiosos fica a indagação, deixando de lado a falta escrúpulos: a Vale não quer colar sua imagem ao município que utiliza mal suas riquezas, grande parte delas oriundas da atividade mineral, ou a prefeitura de Itabira interferiu para que ficasse no ar, quem é quem, entre as cidades mineradoras que podem ser referência de administração competente e compromisso social? O código de ética da vale define diretrizes para atitudes, comportamentos, regras de atuação e práticas organizacionais da empresa, massificado entre seus trabalhadores, prestadores de serviço, fornecedores e comunidades onde atua. Bem, aí já é tema para outra conversa!
Antônio Carlos A. Oliveira
A Vale deve ter seus motivos fortes para não ter sido transparente como eu e muitas pessoas acham que deveria. Apoio a publicação do blog.
Luiz tem varias questões ambientais com a Vale em Itbira. Já pensou se teve uma conversa da prefeitura com a Vale para a propaganda não deixar o nome de Itabira aparecer como cidade mal colocada?
E como fica a posição do Metabase?
Nada a esclarecer?Vamo vê no que dá pra vê cumé que fica? A omissão é muito grande,e este pecado leva á morte do espirito,que neste caso é o espirito social. SDS
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