quinta-feira, 4 de setembro de 2014
AÉCIO EM MINAS: PARA QUAL DISPUTA?
As eleições em Minas, e creio que não só em Minas, tomam a partir de hoje novo rumo. Aécio aporta hoje no estado, sob a argumentação de fortalecer a candidatura a governador de seu correligionário Pimenta da Veiga e reverter a partir das Alterosas a queda de sua própria candidatura à presidência. Os mineiros já colocaram Dilma e Marina na sua frente.
Reafirmando publicações anteriores deste blog, desde 2013, há a enorme possibilidade de Aécio se tornar candidato ao governo local, substituindo Pimenta. Pela legislação eleitoral, até o dia 15 de setembro as coligações podem registrar novos candidatos a cargos majoritários, em substituição a outros.
Caminhando mesmo nesse sentido, sua vaga na disputa presidencial poderia ser ocupada por José Serra, que em 2010 teve, no primeiro turno, 32% dos votos no país, muito acima do que se anuncia para Aécio. Mantida a candidatura do tucano mineiro, poderá, na eleição, não atingir dois dígitos nas urnas. Quer dizer, poderá ficar com menos de 10% dos votos, dirigindo-se fortemente para uma melancólica exaustão política e tendo que ver impotente o PT reinar no estado. Vários peessedebistas com quem conversei reconhecem isso, muito assustados.
Também avaliam que como são pleitos diferentes, sua performance disputando o governo estadual seria outra, e muito superior à de Pimenta da Veiga. Manifestaram a compreensão de que o tucano teria que tentar, até certo limite, atingido agora, seu crescimento nacional, não obtido, ao contrário.
Repetindo publicação anterior, é da opinião deles que como houve uma reconfiguração do processo eleitoral com a entrada de Marina, praticamente excluindo as chances de seu candidato, novos e até obrigatórios arranjos devem ser feitos pelo PSDB, e de forma clara e socialmente justificáveis.
Assim, a alternativa seria Aécio ter a humildade de reconhecer que Marina Silva tem uma expressão política-eleitoral nacionalmente que supera a sua, o que torna natural a colocação dela na disputa. Além de seus dois mandatos como senadora e de ter sido ministra de Lula, é a brasileira mais condecorada no exterior. Tudo isso conquistado apesar de sua origem humilde.
Os tucanos que pensam assim reivindicam que tal atitude, além de não gerar nenhum demérito, teria compreensão popular e que sua campanha ao governo do estado poderia ter um rumo diferente do que tem sido a nacional. Concordam inclusive com a inversão da chapa nacional, que poderia contar até com o ex-governador Antônio Anastasia como vice, mantendo a composição com os dois estados, que representam os dois maiores colégios eleitorais do país. Poderiam até estar, assim, com maior força na disputa por uma vaga no segundo turno.
Se em São Paulo a eleição deslanchar em segundo turno, nada garante que o resultado seja favorável aos tucanos, que vêm também a forte possibilidade de ter seu candidato ao Senado, José Serra, derrotado pelo petista Eduardo Suplicy.
O PSDB governa oito estados, que representam mais de 60% do PIB nacional, e como a situação eleitoral não está boa para a legenda principalmente em 4 de peso mais expressivo - Minas, Paraná, Pará e Goiás -, e havendo o risco de perder também São Paulo num eventual segundo turno, o partido poderá praticamente fechar as portas, também num fim melancólico.
De resto, o PSDB já manifestou que comporá com Marina Silva no caso dela disputar o segundo turno com Dilma. E no partido sabem que com Aécio o nível de exigência da legenda para compor seria bem inferior do que com um candidato do partido mais bem sucedido nas urnas, como poderia ser com José Serra. Nos próximos dias um novo quadro eleitoral poderá estar, oficialmente, colocado. Em Minas e no Brasil. É aguardar para ver.
LEIA MAIS:
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http://luizdomosaico.blogspot.com.br/2014/08/eleicoes-presidenciais-2014-o-que-vem-ai.html
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