PLENÁRIO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA MINEIRA, QUE LEVA O NOME DO EX-PRESIDENTE JK, COMO MUITOS OUTROS UM BRASILEIRO DE RAIZ CIGANA
A memória autoritária brasileira está sendo submetida à apreciação de uma forma forte, ainda que muito autoritarismo, desrespeito e violência continuem se manifestando no cotidiano, sob vários aspectos. E vasculhar cada vez mais essa memória, fazendo emergir fatos, histórias e possibilidades de mudança e maior democratização da vida nacional interessa à todos nós. À maioria de todos nós, melhor dizendo. São resgates necessários dos quais não se pode fugir, para a construção da história de um novo tempo, de uma nova compreensão.
Uma proposta relativa a isso foi apresentada em janeiro à Assembléia Legislativa mineira, de resgate da história e cultura dos povos ciganos em Minas, o maior 'estado cigano' brasileiro. O post "Minas cigana - Prelúdio" trata disso, e é sequenciado por outro, sobre audiência pública ocorrida na Câmara de BH. Outra matéria, publicada no portal Vermelho, também trata da questão e pode ser lida AQUI.
Na posse do bem humorado professor e escritor Ângelo Machado na Academia Mineira de Letras, na noite da sexta-feira 9 de março, conversei com a secretária estadual da Educação de Minas, Ana Lúcia Gazolla, sobre o projeto e a necessidade de se incluir no ensino estadual as etnias ciganas como também constituintes das raízes mineiras, e brasileiras, é claro. Afinal, chegaram aqui no século XVI.
A secretária disse-me ter bom conhecimento do tema, que lidou com ele quando reitora da UFMG e que sabe que a população cigana e de descendentes no estado é alta. Na mesma noite também com o acadêmico mineiro e ex-secretário estadual da Educação e de Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente, deputado federal constituinte, Otávio Elísio Alves de Brito, o tema foi tratado. Nos diálogos com os dois foram lembradas as raízes ciganas de JK, de Cecília Meireles, Castro Alves, Dercy Gonçalves e outros mais.
Já na quarta-feira seguinte o jornalista Arnaldo Niskier, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, ex-secretário da Educação do Rio de Janeiro, lançou também na Academia seu livro "Manchete - Memórias de um sobrevivente", sobre seus 37 anos no grupo Manchete.
Seu discurso foi centrado na relação de amizade entre o ex-presidente JK e o proprietário do grupo, Adolph Bloch, entre o 'cigano' JK e Bloch. Depois de ter autografado um exemplar para mim, também conversamos sobre as origens ciganas de Juscelino Kubitschek, e de outros ícones brasileiros, da área cultural. Afirmando seu conhecimento sobre isso mostrou-se muito interessado no projeto, e solicitou ser informado do andamento. Conversa semelhante deu-se também com o presidente da Academia, Orlando de Oliveira Vaz.
Após o evento dirigi-me ao Sesiminas, onde ocorreu a comemoração dos 80 anos da FIEMG, e fiz rápida entrevista com o governador Antônio Anastasia, já no passeio, quando saía, sobre a necessidade de se promover resgates no país, como o da história e cultura ciganas é um. Antes, disse-lhe do lançamento do livro de Arnaldo Niskier, que lhe mostrei. Uma pergunta e a resposta:
Blog - Governador, o Brasil está numa era de resgates. O jornalista Arnaldo Niskier, lançou hoje livro resgatando seus 37 anos no grupo Manchete. O que o senhor poderia falar pras crianças mineiras, pro povo mineiro sobre a necessidade de se promover resgates?
Anastasia - A comemoração dos 80 anos da FIEMG, é exatamente isso. Quem não conhece o seu passado, não compreende o seu presente e não planeja o seu futuro.
PS - 8 de abril é o dia internacional dos povos ciganos. Abaixo, foto de uma tenda cigana, num acampamento em Belo Horizonte.
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