Em julho de 2010, após um show na terra de Drummond, já muito mudada daquela Itabira do Matto Dentro, o magistral Dominguinhos respondeu a uma pergunta proposta pelo blog. O cartão de memória que continha a entrevista, juntamente com outras gravações, foi perdido e recentemente o encontrei ao arrumar minhas bagunças caseiras. Pernambucano nascido em Garanhuns, conterrâneo do ex-presidente Lula, portanto, o músico faleceu, 'se encantou', como dizia Guimarães Rosa, no último dia 23, aos 72 anos. E encantados permanecemos, com seu acordeon.
Blog - Dominguinhos, o Stanislaw Ponte Preta compôs em 1968 o "Samba do crioulo doido", (OUÇA AQUI) criticando a obrigação imposta às escolas de samba cariocas para produzirem os sambas enredo apenas sobre fatos históricos. Quer dizer, o samba saiu de seu espaço natural, de seus temas, e os sambistas que faziam o carnaval e não tinham uma educação formal nos bancos de escola, um conhecimento maior da história brasileira, tiveram que se adaptar para a avenida. Aí foram produzidas letras que eram verdadeiros disparates. E no "Samba do crioulo doido" o Stanislaw ironizou essa determinação oficial, seus resultados. A música brasileira hoje, como você a vê, o que se pode esperar dela?
Dominguinhos - E acho que devido aos valores que nós temos, assim, valores jovens mas até com mais de 15 anos de carreira, 20 anos, podemos esperar um futuro bom. Quando a Bossa Nova apareceu havia grupinhos que se localizavam em Ipanema e tal, mas hoje em dia esses grupos estão espalhados pelo Brasil todo, que é imenso, e os valores estão se multiplicando. Tá muito bom, eu espero um bom futuro.
Após o show, com o amigo nosso, o músico itabirano e também genial Niltinho Baiandeira, outro já "encantado" |
Interpretando 'Brasileirinho": http://www.youtube.com/watch?v=WUXtYrLK108
No blog do Diário de Pernambuco: "Morte de Dominguinhos deixa o Nordeste órfão de um artista símbolo"
No dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira: Dominguinhos
E nas páginas da Wikipédia:
Em 1950, aos nove anos de idade, conheceu Luiz Gonzaga quando tocava na porta do hotel em que este estava hospedado. Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro. Dominguinhos o fez em 1954, então com treze anos de idade, acompanhado do pai e dos dois irmãos, indo morar em Nilópolis. Ao encontrar-se com Luiz Gonzaga no Rio, este deu-lhe de presente uma sanfona e o integrou à sua equipe de músicos, e Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar de gravações. Em uma dessas viagens, em 1967, conhece a cantora de forró Anastácia (nome artístico de Lucinete Ferreira), com quem se casa e forma uma parceria artística que duraria onze anos. Dominguinhos já tinha um filho, Mauro, nascido em 1960 de seu primeiro casamento. Em 1976, Dominguinhos conhece a também cantora Guadalupe Mendonça, seu terceiro casamento, do qual nasceria uma filha, Liv.
Separaram-se, mas mesmo após a separação, os dois mantiveram a amizade até a morte do cantor.1
Separaram-se, mas mesmo após a separação, os dois mantiveram a amizade até a morte do cantor.1
A sua integração à equipe de músicos de Luis Gonzaga fez com que ganhasse reputação como músico e arranjador e ele aproximou-se de músicos do movimento bossa nova. Fez trabalhos junto a inúmeros músicos de renome, como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba Ramalho e Toquinho, e eventualmente acabou por consolidar uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa nova, jazz e pop.
No fim de 2012, Dominguinhos teve problemas relacionados à arritmia cardíaca e infecção respiratória e foi internado no Recife, sendo posteriormente transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, onde veio a falecer.
DISCOGRAFIA
- 1964 – Fim de Festa
- 1965 – Cheinho de Molho
- 1966 – 13 de Dezembro
- 1973 – Lamento de Caboclo
- 1973 – Tudo Azul
- 1973 – Festa no Sertão
- 1974 – Dominguinhos e Seu Acordeon
- 1975 – Forró de Dominguinhos
- 1976 – Domingo, Menino Dominguinhos
- 1977 – Oi, Lá Vou Eu
- 1978 – Oxente Dominguinhos
- 1979 – Após Tá Certo
- 1980 – Quem me Levará Sou Eu
- 1981 – Querubim
- 1982 – A Maravilhosa Música Brasileira
- 1982 – Simplicidade
- 1982 – Dominguinhos e Sua Sanfona
- 1983 – Festejo e Alegria
- 1985 – Isso Aqui Tá Bom Demais
- 1986 – Gostoso Demais
- 1987 – Seu Domingos
- 1988 – É Isso Aí! Simples Como a Vida
- 1989 – Veredas Nordestinas
- 1990 – Aqui Tá Ficando Bom
- 1991 – Dominguinhos É Brasil
- 1992 – Garanhuns
- 1993 – O Trinado do Trovão
- 1994 – Choro Chorado
- 1994 – Nas Quebradas do Sertão
- 1995 – Dominguinhos É Tradição
- 1996 – Pé de Poeira
- 1997 – Dominguinhos & Convidados Cantam Luiz Gonzaga
- 1998 – Nas Costas do Brasil
- 1999 – Você Vai Ver o Que É Bom
- 2001 – Dominguinhos Ao Vivo
- 2001 – Lembrando de Você
- 2002 – Chegando de Mansinho
- 2004 – Cada um Belisca um Pouco(com Sivuca e Oswaldinho do Acordeon, Biscoito Fino)
- 2005 – Elba Ramalho & Dominguinhos
- 2006 – Conterrâneos
- 2007 – Canteiro (participação especial no CD de Margareth Darezzo)
- 2008 – Yamandu + Dominguinhos