Bandeira da Venezuela: eram 7 estrelas originalmente. O governo Hugo Chávez acrescentou outra, em 2006, para homenagear Simon Bolivar |
A Venezuela comemora hoje 200 anos como país. A região foi a primeira colônia na América Latina a obter a independência, em 1813, consagrando 'el libertador' Simon Bolívar como seu primeiro presidente. Leia AQUI
Em junho de 2007, o jornal Mosaico publicou matéria sobre a não renovação - pelo governo Hugo Chávez - da concessão do canal aberto de TV para a RCTV (Radio Caracas Television), o que causou forte indignação de grandes setores da mídia mundial. Reproduzimos aqui trechos da matéria:
"A não renovação pelo governo venezuelano da concessão do canal aberto de televisão para a rede RCTV, a maior do país, está provocando forte reação da grande mídia internacional, principalmente dos Estados Unidos e América Latina, associados a grupos europeus. Primeiramente, é necessário que se entenda o processo jurídico para uso de espectros radiooelétricos na Venezuela.
Como no Brasil, e em inumeráveis países, lá as concessões são da competência do estado, cabe a ele sua distribuição, e quando são dadas têm determinado seu período de validade, após o qual terão de ser renovadas, podendo também não ser. (...)
De qualquer forma, fatos graves ocorreram na Venezuela envolvendo os grandes grupos de comunicação. Como escreveu o jornalista Mino Carta em seu blog (blogdomino.blig.ig.com.br - *endereço na época): "Dentro da RCTV foi tramado o golpe de Estado que em 2002 manteve afastado Chávez do poder por dois dias, e por pouco não o assassinou. Ali mesmo, nos estúdios da emissora, os representantes da oligarquia reuniram-se para urdir o plano de típico sabor latino-americano, a contar com o apuro da mídia em geral e quatro estrelas de quepes imensos".
Não só isso. Após o golpe fracassado, a RCTV não transmitiu as manifestações da ampla maioria da população que dominaram o país exigindo a volta de Chávez. Em 1984, durante a campanha das Diretas-já, também a Globo não transmitiu o comício que se realizava em São Paulo, com mais de um milhão de pessoas exigindo a redemocratização. (...)
O blog de Luiz Nassif (http://luisnassif.blig.ig.com.br - *endereço na época) dá outras informações, tiradas do 'Le Monde Diplomatique': "A RCTV chegou a ser fechada por 24 horas a até 3 dias não pelo governo Chávez, mas em 1976, 1980, 1981, 1989 e 1991, pelos predecessores sociais-democratas ou democratas-cristãos. Desde a sua primeira eleição em 1998, Chávez não fechou nenhuma estação de rádio ou de televisão, nem perseguiu jornalistas. (...) É, sem dúvida, o único país do mundo onde, no passado, os pedidos públicos de assassinato do presidente não resultaram em processo judicial". (...)
E a jornalista Elaine Tavares, participante do Observatório Latino-Americano: "Quem já esteve na Venezuela sabe muito bem: liberdade de opinião é tudo que há. Nas rádios e emissoras de televisão comerciais, o presidente Hugo Chávez é xingado, humilhado, destratado e desmoralizado. As palavras usadas pelos jornalistas são de uma violência sem par. E ainda assim, ali estão, eles e elas, a disseminar suas diatribes, sem que ninguém lhes impeça. Não há censura de nenhuma espécie. (...) É um negócio inimaginável em qualquer outro país do mundo. Se isso acontecesse nos Estados Unidos, por exemplo, duvido que os jornalistas não fossem presos ou banidos para sempre. Pois na Venezuela eles estão ali livres para falar". (...)
Em artigo publicado pela Folha de São Paulo, que indagou se "é correta a decisão do governo venezuelano de não renovar a concessão da RCTV", o embaixador venezuelano no Brasil escreveu: ..."Pensem por si mesmos, evitando que o meio os leve pela mão como meninos; quão diferente seria se a pergunta fosse: é correta a decisão de democratizar a comunicação que tomou o governo venezuelano?"...
E em box, na matéria, sobre casos semelhantes no mundo: "Pesquisa do jornalista chileno Ernesto Carmona, presidente do Colégio de Periodistas do Chile, a associação dos jornalistas chilenos, apresentou números interessantes em relação à Inglaterra, Estados Unidos, França, Irlanda, Espanha Peru e México, para citar apenas alguns países:
nos EUA foram 102 não renovações em 141 extinções de rádios e TVs; na Inglaterra, Margareth Tatcher cancelou a concessão de uma das maiores emissoras de TV do país sob a alegação de que "se tiveram a estação de TV por 30 anos, por que deveriam ter um monopólio?" Lá, outros canais também tiveram a concessão cassada ou passaram por fechamento temporário. No Canadá, uma foi revogada em 1999; na Espanha, 3, incluindo o fechamento da TV católica. Na França, houve 3 cassações; na Irlanda, uma, e no Peru, duas. São todos países onde não há democracia, não é mesmo?"
Sobre o nome do país, na Wikipédia: "Alonso de Ojeda, Américo Vespúcio e Juan de la Cosa foram os primeiros a explorar a costa da Venezuela em 1499. No dia 24 de Agosto desse ano chegaram ao que é hoje o lago de Maracaibo, onde encontraram nativos cujas casas estavam construídas sobre estacas de madeira fixas no lago (palafitas). Vespúcio, que era italiano, achou aquelas construções semelhantes às da cidade de Veneza e por isso chamou a região de Venezuela, ou seja, "Pequena Veneza".
Por outro lado, Martín Fernández de Enciso, um geógrafo que acompanhava a expedição, afirma na sua obra Summa de Geografia (1519) que junto ao lago existia uma grande rocha plana, em cima da qual havia um povoado indígena conhecido como Veneciuela. Assim, o nome Venezuela pode ser nativo, e não estrangeiro. No entanto, a primeira versão permanece como a mais divulgada e aceita".
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