terça-feira, 30 de julho de 2013

DOMINGUINHOS, QUE A MORTE NÃO LEVOU



Em julho de 2010, após um show na terra de Drummond, já muito mudada daquela Itabira do Matto Dentro, o magistral Dominguinhos respondeu a uma pergunta proposta pelo blog. O cartão de memória que continha a entrevista, juntamente com outras gravações, foi perdido e recentemente o encontrei ao arrumar minhas bagunças caseiras. Pernambucano nascido em Garanhuns, conterrâneo do ex-presidente Lula, portanto, o músico faleceu, 'se encantou', como dizia Guimarães Rosa, no último dia 23, aos 72 anos. E encantados permanecemos, com seu acordeon.

Blog - Dominguinhos, o Stanislaw Ponte Preta compôs em 1968 o "Samba do crioulo doido", (OUÇA AQUI) criticando a obrigação imposta às escolas de samba cariocas para produzirem os sambas enredo apenas sobre fatos históricos. Quer dizer, o samba saiu de seu espaço natural, de seus temas, e os sambistas que faziam o carnaval e não tinham uma educação formal nos bancos de escola, um conhecimento maior da história brasileira, tiveram que se adaptar para a avenida. Aí foram produzidas letras que eram verdadeiros disparates. E no "Samba do crioulo doido" o Stanislaw ironizou essa determinação oficial, seus resultados. A música brasileira hoje, como você a vê, o que se pode esperar dela?

Dominguinhos - E acho que devido aos valores que nós temos, assim, valores jovens mas até com mais de 15 anos de carreira, 20 anos, podemos esperar um futuro bom. Quando a Bossa Nova apareceu havia grupinhos que se localizavam em Ipanema e tal, mas hoje em dia esses grupos estão espalhados pelo Brasil todo, que é imenso, e os valores estão se multiplicando. Tá muito bom, eu espero um bom futuro.



Após o show, com o amigo nosso, o músico itabirano e também genial Niltinho Baiandeira, outro já "encantado"

Abaixo, um pouco mais de Dominguinhos:

Interpretando 'Brasileirinho": http://www.youtube.com/watch?v=WUXtYrLK108

No blog do Diário de Pernambuco: "Morte de Dominguinhos deixa o Nordeste órfão de um artista símbolo"

No dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira: Dominguinhos

E nas páginas da Wikipédia:

"José Domingos de Morais nasceu no interior de Pernambuco, na cidade de Garanhuns, em 12 de fevereiro de 1941. Oriundo de família humilde, seu pai, mestre Chicão, era um conhecido sanfoneiro e afinador de sanfonas. Dominguinhos interessou-se por música desde cedo, começando a aprender sanfona com seis anos de idade, quando ganhou um pequeno acordeão de oito baixos e chegou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro junto com seus dois irmãos, com quem formava o trio Os Três Pingüins. Praticava o instrumento por horas a fio, e logo tornou-se proficiente nas sanfonas de 48, 80 e 120 baixos, e acabou por tornar-se músico profissional ainda garoto.
Em 1950, aos nove anos de idade, conheceu Luiz Gonzaga quando tocava na porta do hotel em que este estava hospedado. Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro. Dominguinhos o fez em 1954, então com treze anos de idade, acompanhado do pai e dos dois irmãos, indo morar em Nilópolis. Ao encontrar-se com Luiz Gonzaga no Rio, este deu-lhe de presente uma sanfona e o integrou à sua equipe de músicos, e Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar de gravações. Em uma dessas viagens, em 1967, conhece a cantora de forró Anastácia (nome artístico de Lucinete Ferreira), com quem se casa e forma uma parceria artística que duraria onze anos. Dominguinhos já tinha um filho, Mauro, nascido em 1960 de seu primeiro casamento. Em 1976, Dominguinhos conhece a também cantora Guadalupe Mendonça, seu terceiro casamento, do qual nasceria uma filha, Liv.
Separaram-se, mas mesmo após a separação, os dois mantiveram a amizade até a morte do cantor.1
A sua integração à equipe de músicos de Luis Gonzaga fez com que ganhasse reputação como músico e arranjador e ele aproximou-se de músicos do movimento bossa nova. Fez trabalhos junto a inúmeros músicos de renome, como Gilberto GilMaria BethâniaElba Ramalho e Toquinho, e eventualmente acabou por consolidar uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa novajazz e pop.

No fim de 2012, Dominguinhos teve problemas relacionados à arritmia cardíaca e infecção respiratória e foi internado no Recife, sendo posteriormente transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, onde veio a falecer.



DISCOGRAFIA
  • 1964 – Fim de Festa
  • 1965 – Cheinho de Molho
  • 1966 – 13 de Dezembro
  • 1973 – Lamento de Caboclo
  • 1973 – Tudo Azul
  • 1973 – Festa no Sertão
  • 1974 – Dominguinhos e Seu Acordeon
  • 1975 – Forró de Dominguinhos
  • 1976 – Domingo, Menino Dominguinhos
  • 1977 – Oi, Lá Vou Eu
  • 1978 – Oxente Dominguinhos
  • 1979 – Após Tá Certo
  • 1980 – Quem me Levará Sou Eu
  • 1981 – Querubim
  • 1982 – A Maravilhosa Música Brasileira
  • 1982 – Simplicidade
  • 1982 – Dominguinhos e Sua Sanfona
  • 1983 – Festejo e Alegria
  • 1985 – Isso Aqui Tá Bom Demais
  • 1986 – Gostoso Demais
  • 1987 – Seu Domingos
  • 1988 – É Isso Aí! Simples Como a Vida
  • 1989 – Veredas Nordestinas
  • 1990 – Aqui Tá Ficando Bom
  • 1991 – Dominguinhos É Brasil
  • 1992 – Garanhuns
  • 1993 – O Trinado do Trovão
  • 1994 – Choro Chorado
  • 1994 – Nas Quebradas do Sertão
  • 1995 – Dominguinhos É Tradição
  • 1996 – Pé de Poeira
  • 1997 – Dominguinhos & Convidados Cantam Luiz Gonzaga
  • 1998 – Nas Costas do Brasil
  • 1999 – Você Vai Ver o Que É Bom
  • 2001 – Dominguinhos Ao Vivo
  • 2001 – Lembrando de Você
  • 2002 – Chegando de Mansinho
  • 2004 – Cada um Belisca um Pouco(com Sivuca e Oswaldinho do AcordeonBiscoito Fino)
  • 2005 – Elba Ramalho & Dominguinhos
  • 2006 – Conterrâneos
  • 2007 – Canteiro (participação especial no CD de Margareth Darezzo)
  • 2008 – Yamandu + Dominguinhos




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